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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Identidade Entre Causa e Efeito

O que é Causa? O que indica o que seria o efeito? Para entender o que é Causa, indico o texto que explica o que é Causa para Aristóteles, que não encerra o tema mas já é um indicativo de seu significado. Podemos descrever o que é Causa para Descartes, a ideia de Deus ser Costante, Imutável e Perfeito ser a Causa de que todo movimento ocorre porque o corpo aumentou sua quantidade de movimento sob a condição de que outro corpo diminua sua quantidade de movimento. Detalharemos este princípio em outro texto do Blog.

Agora quero discutir com vocês sobre outro princípio metafísico, o da Identidade Entre Causa e Efeito, de Leibniz. Este seminal autor argumenta que a causa para que um corpo de massa M suba até uma altura H é sua vis viva, produto entre a massa e o quadrado da velocidade (m.v²) do corpo. Interessante que seus argumentos são baseados numa simples lei, a Queda Livre de Galileu. Ora, a ideia é de que a Causa de elevar um corpo de massa M até uma altura 4H seria a mesma que a de elevar um corpo de massa 4M até uma altura H. O fato é que, calculando a vis viva nos dois casos o resultado será o mesmo.

Mas onde se encontra a Identidade Entre Causa e Efeito? Bem, a ideia é que possamos identificar a Causa de certo fenômeno analisando seu efeito. Por exemplo, se o mundo fosse perfeitamente mecânico, uma bola ao cair de certa altura iria interagir elasticamente com o chão e retornaria até a mesma altura inicial e isto ocorreria ad infinitum (incontáveis vezes). Se substituir o efeito de subir até certa altura pelo efeito de deformar o chão ou o corpo (usando uma massa de modelar por exemplo), vizualizamos que, tanto para o caso do corpo de massa M que subiu até uma altura 4H como para o caso do corpo de massa 4M que subiu até uma altura H, a deformação do corpo no chão será exatamente a mesma. Isto sugere, segundo este princípio, que a Causa que gerou os dois casos foi a mesma, ou seja, a vis viva de Leibniz.

Hoje sabemos que a vis viva  de Leibniz representa o dobro da Energia Cinética (mv²/2), grandeza esta, responsável para elever um corpo até certa altura, quando ela é transformada em Energia Potencial Gravitacional (m.g.H).

Escrito pelo Professor Ms. Daniel Japiassú (TEIXEIRA JAPIASSÚ, D. V.)

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Causa em Aristóteles

É comum procurarmos a origem das coisas, da vida, dos movimentos, dos problemas; ou seja, vivemos querendo entender qual a 'Causa' das coisas. Mas o que seria Causa? Este tema recorre em grandes polêmicas de muitos pesquisadores. Podemos ver discussão sobre o que é Causa em muitos textos históricos e contemporâneos. Aqui, vamos discutir um pouco o que significa Causa para o seminal filósofo grego, Aristóteles.



Para Aristóteles, existiam quatro modalidades de Causa: (1) Causa Final, (2) Causa Material, (3) Causa Eficiente e (4) Causa Formal.

A Causa Final indica uma finalidade. Por exemplo, na expressão "a vida foi feita para aprender a aproveitar as pequenas coisas", podemos dizer que aprender a aproveitar as pequenas coisas é a Causa Final da vida, já que a vida foi feita para tal fim. Outro exemplo é quando dizemos: "eu estudo para ser alguém melhor", ser alguém melhor é Causa Final do estudo.

A Causa Material tem relação com a matéria prima de uma certa obra. Por exemplo, a Causa Material de uma estátua de mármore é o próprio mármore. Quando Michelangelo foi indagado sobre como que construi a estátua de mármore de Moisés disse que a única coisa que fez foi retirar do mármore tudo aquilo que não era Moisés. Podemos dizer, também, que a ideia de Moisés por Michelangelo é a Causa Final. O substrato material para alcançar a Causa Final é a Causa Material.

A Causa Eficiente indica aquela ideia de Aristóteles: "para que algo se mova precisa ser movido por 'alguma coisa' e essa 'alguma coisa' constituir-se-ia na Causa Eficiente da coisa que se move". Para ele, se a Causa Eficiente não agir mais, o movimento deixaria de insistir da mesma forma. Sabemos, hoje em dia, que a Causa Eficiente dos movimentos é a Força Newtoniana, porém, também sabemos, de Galileu, que o movimento continuaria, em linha reta e numa superfícia sem atrito, mesmo que a Força deixe de existir (Inércia).

Para entendermos a Causa Formal, usarei o exemplo do corpo que se move com velocidade constante e em linha reta. Para que ele permaneça em movimento é imprescindível que continue em linha reta (e que a superfície seja perfeitamente lisa). Isto sugere que a geometria do espaço (a superfície em linha reta) é a Causa Formal do Movimento Uniforme (aquele que o corpo permanece com velocidade constante). A Causa Formal é aquilo que dá forma, ou seja, a definição da essência e seus gêneros.

Escrito pelo Professor Ms. Daniel Japiassú (TEIXEIRA JAPIASSÚ, D. V.)